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Preso novamente por violar horário de recolhimento, Daniel Silveira passou em condomínio antes de ter ido a hospital sem autorização

O ex-parlamentarfoi levado para o Complexo de Bangu.

Por André Miranda

24/12/2024 às 18:06:59 - Atualizado há
Foto: Opinião CE
O ex-parlamentarfoi levado para o Complexo de Bangu. Silveira, que segundo Alexandre de Moraes desrespeitou horário de recolhimento, entrou com pedido de reconsideração. Ele afirma que buscou esposa e foi a hospital. Daneil Silveira é preso novamente pela PF

O ex-deputado Daniel Silveira, que foi preso de novo nesta terça (24) por violar o horário de recolhimento estabelecido em sua liberdade condicional pelo ministro Alexandre de Moraes, esteve em um condomínio, além do hospital onde foi atendido, indicam dados da tornozeleira eletrônica. O atendimento médico era a argumentação da defesa para a ausência de aviso ao deixar a residência que está cadastrada na Justiça.

O monitoramento do equipamento indica que o deputado fez um desvio de rota e ficou 20 minutos dentro de um condomínio de luxo da cidade, no trajeto entre o hospital e sua residência, na Região Serrana do Rio. O ex-parlamentar alega que é o endereço atual da mulher (leia mais adiante na reportagem o que diz a defesa).

Daniel Silveira recebeu alta médica exatamente à 0h34, mas seu laudo médico só foi entregue três minutos depois. Ele deixou a unidade, então, 0h44, de acordo com o monitoramento da tornozeleira eletrônica que foi enviado ao ministro relator do processo.

Em sua decisão do novo mandado de prisão, Moraes já tinha escrito que "Não bastasse isso, a liberação do hospital – se é que realmente existiu a estadia – ocorreu às 0:34 horas do dia 22/12, sendo que a violação do horário estendeu-se até as 02h10 horas".

Agora, o ministro já sabe que o destino de Silveira foi o Condomínio Granja Santa Lúcia, que fica em Itaipava, a cerca de 35 minutos de distância do hospital. O endereço de sua residência cadastrada na Justiça é em Carangola, a 23 minutos da unidade de saúde onde ele foi atendido na noite de sábado.

Pela lei, o fato de ter ido ao hospital sem autorização já caracterizava uma violação. E o ministro também escreveu isso na decisão proferida ontem: "Não houve autorização judicial para o comparecimento ao hospital, sem qualquer demonstração de urgência".

A comunicação, de fato, só foi feita pela defesa quase 24 horas mais tarde. Às 18h45 a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que faz o monitoramento das tornozeleiras, recebeu o ofício do advogado Paulo César Rodrigues Faria.

Quinze minutos depois, às 19h de domingo, dia 22, a defesa também anexou a comunicação do atendimento hospitalar ao juízo.

O condomínio de Itaipava também foi o primeiro endereço visitado por Silveira depois que deixou a cadeia, na sexta-feira. Na noite de sábado, antes de ir para o hospital, ele também estava neste local, de onde saiu 21h30.

"Conforme relatório juntado aos autos, Daniel Lúcio da Silveira deixou sua residência as 20h52min do dia 21/12/24 e se dirigiu ao endereço localizado no Condomínio Granja Santa Lúcia, onde permaneceu até as 21h30min. Só então dirigiu-se ao Hospital Santa Tereza, tendo permanecido nas dependências do Hospital durante operíodo das 22h16min do dia 21/12/24 até as 00h44min do dia 22/12/24", escreveu o ministro na decisão que manteve Silveira preso, na audiência de custódia.

Daniel Silveira não foi direto para casa. Seguiu novamente até o Condomínio Granja Santa Lúcia, onde chegou exatamente 1h34 da madrugada. Lá ficou 20 minutos parado, e à 1h54 seguiu para sua casa, onde chegou 2h16.

Ex-parlamentar já está em Bangu

O ex-parlamentar, que foi levado para o presídio de Benfica após a prisão, foi levado para o Complexo de Bangu.

A defesa diz que a esposa do ex-deputado mora neste condomínio, e que ele já pretendia trocar o endereço residencial informado à Justiça. No pedido de reconsideração feito pelos advogados, Silveira alega que "foi buscar a esposa em outro endereço, pois a mesma não se sente segura de forma alguma em permanecer no atual endereço, em razão da superexposição e insegurança, pois ela faria companhia no hospital".

Os advogados do ex-deputado entraram com um pedido de reconsideração nesta terça.
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